sexta-feira, 10 de abril de 2015

12 razões de porque sou contra a criação do Instituto de Geociências na UFMT


1 – Porque não confio em cursos inexperientes como esse, fundado em 1975 e que está completando só 40 anos, é um menino ainda, ademais a própria UFMT faz 45 anos esse ano, ou seja, juízo pra esse povo;

2 – Porque na atual situação do país de cobrar transparência e controle dos gastos públicos, acho extremamente mais fácil que as diárias destinadas para as aulas de campo da Geologia sejam geridas por uma outra organização, que não a própria Geologia, enviar toda a verba pro ICET é bem melhor, porque faz o dinheiro dar mais voltas antes de chegar onde tem que chegar e isso é ótimo. Ademais os professores desse curso são sempre imediatistas, entregam com a antecedência necessária o cronograma de campo a Proeg para aprovação, e um curso novo como esse ainda não tem seus campos bem definidos;

3 – Porque a Decisão ad referendum 01/2015 do CONSUNI, diz que as vagas de professor oriundas de aposentadoria, demissão ou morte, ficam com o instituto e deve ser realocada de acordo com os PIAS e o Projeto Pedagógico do Curso. Acho totalmente descomplicado exigir um planejamento pedagógico contemplando a diminuição do quadro de docentes, e pensando bem, quem melhor para conhecer o projeto pedagógico da Geologia da UFMT, a própria Geologia? Claro que não, é melhor que o ICET resolva isso, afinal Matemática, Estatística e Química são cursos reconhecidamente similares a Geologia, aja visto que é comum Geólogo dar aula de matemática e estatístico ensinar química;

4 – Porque não confio em um curso que obteve conceito 4 do MEC numa escala que vai até 5, isso demonstra o caráter baderneiro dessa galerinha mobilizada pela melhoria na educação superior;

5 – Porque é um curso que atualmente não tem significativa importância no estado, no meio de uma crise de água, é esse profissional que pode abastecer desde o bairro, até a África, como já foi feito. Não consigo entender ainda porque algumas empresas vieram da Europa e África selecionar os graduandos e graduados desse curso;

6 - Porque um curso que conta com 3 salas de aula, possui apenas 2 programas de Pós Graduação (mestrado), ficam por aí formando mestres em Geociências e em Recurso Hídricos que ficam entupindo outras universidades, órgãos ambientais e prefeituras se tornando servidores elogiáveis;

7 – Porque também não confio que os professores desse curso tenham condições de organizar alguma coisa, só por realizar Simpósio de Geologia do Centro Oeste em 2009 e 2013, Simpósio Nacional de Estudos Tectônicos em 2013, Simpósio Brasileiro de Cartografia Geotécnica 2015 e mais um monte de outros eventos, organizar evento sem grana em nada se assemelha a organizar um instituto;

8 – Porque mesmo com a criação do Instituto de Geociências, os problemas da Geologia ainda continuarão a existir, de forma que fica bem mais fácil que o professor da matemática entenda todas as especificidades do curso, se convença delas e a partir de então as resolva, essa situação de cada um com os seus problemas não se sustenta, haja visto a efetividade na resolução dos antigos problemas desse curso;

9 – Porque esse curso em nenhum momento proporcionou retorno a UFMT, só porque criou-se o curso de graduação em Engenharia de Minas através dos professores desse curso e os concursos realizados até o momento mostram que os aprovados são egressos da Geologia-UFMT, não vejo relação direta com a qualidade da graduação e pós graduação atual;

10 – Porque criar Instituto é dividir, separar, e não é assim, de uma hora pra outra, como quando em 2012 os professores da Geologia ingressaram com o processo 23108.0192281/12-8 justificando a criação do Instituto de Geociências e no meio de tantos papéis ainda não foi efetivado, mas tá indo, ou voltando porque na última vez foi informado que o processo está com o ICET e que ele vai apreciar. Pronto, tudo esclarecido, o ICET tem que cuidar da Matemática, Estatística, Química e certamente tá um pouco apertado pra cuidar da Geologia, por isso melhor manter a Geologia com eles, sem entrar no mérito de que o extinto departamento de Física do ICET, se tornou instituto através do processo 23108.005889/08-5 em longos e intermináveis 3 meses do ano de 2008, conforme Resolução CD 20/2008;

11 – Porque criar um instituto vai muito além de uma assinatura da reitora e não é porque ela prometeu em sua campanha que as coisas devem acontecer;

12 – Porque é mais fácil ter show do Flávio Venturini e a Orquestra Sinfônica da UFMT no teatro universitário do que criar o Instituto de Geociências;

Essa foi uma forma torta, de tentar dialogar de maneira diferente com a Administração Superior da UFMT, é preciso ficar claro que não existe lado nessa luta, todos estamos do mesmo lado, ou pelo menos deveríamos estar. A reestruturação administrativa da Geologia, transfere diretamente pra ela toda a responsabilidade de dialogar acerca dos inúmeros problemas que este curso tem a duras penas driblado a exatos 40 anos. Se o curso necessita hoje de uma restruturação física e pedagógica, a administrativa encabeça a lista de prioridades para a construção de uma geologia ainda mais forte num futuro muito próximo.

#IG_UFMT #ConversaReitora #AssinaReitora

 * Edvaldo Oliveira


Nenhum comentário:

Postar um comentário